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domingo, fevereiro 11, 2007

Não ter festa, dá a impressão de que o mundo ficou sério!


A malabarista brilha sob a lona.

Seu sorriso-encantado vai colhendo aplausos por toda parte.

Seu vestido colorido-vivo guarda em si a menina e a moça que dialogam dentro dela.

A menina gargalhando expressões em timidez e travessura.

A moça equilibrando malabares em gracejo e poesia.

E a malabarista entra em cena temperando uma e outra no jeito de andar, de olhar, de chegar.

E assim se faz estrela na sua certeza e na contradição.

Seu corpo baila solto acompanhando a direção dos holofotes da canção verso a verso.

No apagar das luzes, no fechar das cortinas, ela retira a maquiagem e se recompõe dentro de uma calça jeans e uma básica preta.

E assim volta ao seu verdadeiro disfarce.

Sai vagando pela cidade, cumprindo tarefas, obedecendo os movimentos urbanos e fingindo um meio-sorriso.

Se guia pelo horóscopo da semana na certeza de que, cedo ou tarde, as luzes se
acenderão novamente sobre seus malabares trazendo de volta a menina e a moça engarrafadas dentro dela.