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sábado, agosto 28, 2010

:: à procura da perfeição - desabafo ::


Me tornei uma mulher vaidosa há pouco menos de 2 anos, sou consumista, pirangueira e acima de tudo, sou consciente e feliz com quem eu sou.

Não tenho o corpo perfeito, nem a pele e muito menos o cabelo.

E mesmo assim, amo o que vejo no espelho.

Por que estou falando tudo isso? Porque fiquei super indignada com uma reportagem que li essa semana na Época (edição especial mês de agosto).


O assunto era: Eles querem ser perfeitos.

Crianças, adolescentes e adultos estão cada vez mais entrando num beco sem saída chamado narcisismo (ao extremo) e não aceitam nada menos do que a beleza absoluta.

O que está acontecendo hoje em dia é que todas as meninas se parecem uma com as outras, todas tem o mesmo corte de cabelo, vivem da escova e da chapinha, não saem de casa sem base, pó ou batom (mesmo que seja para ir à padaria) e só sossegam quando conseguem comprar aquela peça super tendência que ela viu nas revistas de moda.

Até arranjar namorado é como ir a uma loja e comprar a roupa mais cobiçada da turma (o_O).


Não que eu ache tudo isso errado, tipo, cada pessoa sabe do que gosta, sabe o que a faz feliz e não vejo problema algum em querer ser mais bonita ou andar na moda, até porque eu gosto de me vestir bem e de estar bem apresentável mas, estou falando de algo mais sério, estou falando de quando uma menina de classe C gasta todo o dinheiro que ganha com produtos de beleza importados, roupas de marca e coisas do tipo ao invés de juntar grana para fazer uma faculdade, um curso ou algo mais produtivo.

Me dá nos nervos lê que meninas de 9 à 18 anos não sabem o que é aproveitar uma viagem com a família sem se preocupar se vai ter um espelho enorme onde possam se olhar, não sabem o que ir para uma praia e se divertir sem pensar no cabelo que vai ficar assanhado ou na maquiagem que vai sair.


Gente, tem criança de 9 anos com anorexia, de 12 com depressão porque não consegue ter o cabelo liso ou a pele livre de espinhas, o menino de 16 anos que acha que tem rugas no rosto e quer colocar botox, meninas de 14 anos que não querem mais ter os olhos puxadinhos(herança genética dos asiáticos)...onde tudo isso vai parar? Afinal, tem mesmo que existir um padrão para a beleza? Eu acredito fielmente que não!

É bom ser diferente, ser original e numa nação como a nossa, o que eu acho que de mais incrível é a mistura das raças, as cores da pele, tipos diferentes do cabelo, do formato do rosto. Mas infelizmente, todos querem o padrão europeu de beleza (triste isso...)


Tá tudo bem, vocês podem achar que sou hipócrita, pois, tenho um blog que fala sobre moda, beleza e coisas de mulherzinha, mas, acima de tudo (quem lê meus textos sabem) eu prezo o bem estar, prezo o prazer das coisas, da vida...


Sou consumista sim, mas não deixo de sair num sábado à noite com o namorado para comprar uma roupa ou um produto de beleza. É disso que estou falando. Aproveitar a vida, lógico que pode ser com glamour e blá blá blá, mas é saber quando comprar, porque comprar e o que vai te fazer mais feliz no momento.

Eu posso dizer que aproveitei bem a minha infância e adolescência, pois brinquei de boneca ao invés de ficar pensando em maquiagens, roupas, MSN e Orkut, brinquei de salada mista, curtir aventuras com as amigas ao invés de ficar dentro de shoppings e sites online procurando por roupas, sapatos ou produtos.

Isso é apenas um desabafo e espero que ajude um pouco a refletir sobre consumo e narcisismo.


Aqui estão alguns dados da pesquisa feita pela Época:


Ah, e deixando bem claro aqui que eu não tenho intenção de influênciar ninguém, só gosto de escrever sobre coisas que nos interessam e espero que todas vocês tenham consciência que moda é o que você realmente é e gosta de usar!


No mais...é isso!